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DESABAFO DE UM PROFISSIONAL

Perguntaram para mim: Qual o motivo que vocês de Recursos Humanos tentam nos transformar em gestores, se a nossa felicidade é trabalhar no ambiente técnico?

Nós damos resultados, temos ideias, fazemos projetos grandiosos e vocês acham que almejamos ser gestores?

Qual a diferença de liderar projetos e trazer resultados e liderar pessoas e trazer resultados, tudo isto não contribui para o resultado?

Hoje, o RH me ofereceu a gerência como se fosse uma grande premiação e eu estou infeliz, não é o que eu quero, eu sou feliz onde eu estou, se querem me promover me mandem para o Centro de Projetos e Pesquisas na carreira técnica. O que eu faço: se recusar, estarei fora do jogo e se eu aceitar serei infeliz?

Eu falei, na tentativa que me ouvissem, não tenho as competências de um líder e me responderam, em segundos, vamos capacitar, treinar você, você receberá os melhores treinamentos e estas competências serão fortalecidas. É um desafio e tanto na sua carreira.

Sei que o mercado não está fácil, mas, vou pedir demissão, ninguém tem o direito de me mandar para um caminho que eu não escolhi, não é? Eu não quero ser líder de ninguém, a não ser de mim mesmo. Se eu aceitar, vou me perder de mim.

Eu fiquei ouvindo o relato, em tom de desabafo, e, lembrei de tantos episódios que movimentaram pessoas quer seja de tipo de carreira, de área ou de local e o resultado foi desastroso, perdiam-se profissionais incríveis, justamente, por escolher um caminho, que não era o almejado pela pessoa. Alguns, até ficavam felizes a princípio, talvez por não ter noção de si mesmo, do seu propósito pessoal e profissional e após alguns poucos meses, estavam infelizes, estressados e sem resultados e o caminho era encontrar algum lugar para remanejar ou a demissão.

Ninguém tem o direito de mudar outro ser humano. As pessoas só devem mudar se entenderem que é necessário.  Podemos ajudar no processo de transformação dando o apoio, as ferramentas e o acompanhamento, quando existir congruência.

Querer mudar o outro ou lhe dar um caminho por nossa vontade ou interesse é um ato de violência, um ato de poder sobre o outro. Quando falamos em pessoas, temos de ter a escuta ativa, temos que entender suas competências, seus motivadores, seus limitadores, temos de propor caminhos coerentes.

Neste contexto, podemos entender, mais um dos motivos, que nos leva a ver, tantas pessoas infelizes no trabalho, estão sendo mudadas de fora para dentro e o ser humano não assimila está invasão. Perdem as pessoas, perdem as organizações. Ao lidar com uma alma humana entenda, para propor qualquer jornada.

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