Já faz um bom tempo, que o mundo corporativo descobriu que as Pessoas são as Organizações e, portanto, o Capital Humano é estratégico. Porém, esta descoberta e as tentativas de fazer este capital virar a resposta para o crescimento organizacional, nem sempre acompanharam as necessidades de transformações e mudanças, que as organizações precisam para se manterem ou crescerem, muitas vezes, pessoas, passam a ser um capital de alto risco.
Muitas formas de trabalhar as pessoas surgiram e muita tecnologia foi empregada para atrair, selecionar, desenvolver e reter o Capital Humano, só que não, pelo simples fato, de que todas estas novas variáveis foram disponibilizadas e aplicadas na estrutura tradicional, hierárquica, pesada, com informações top-down, orientadas para resultados financeiros, planejada a partir do passado para o futuro, intolerantes ao erro, engessadas nos processos, procedimentos e modelos, lerda na tomada de decisões, foco para dentro e não para fora, dependente de inovações internas, apoiadas no status quo e sustentada no poder dos cargos, onde prevalece o crachá, apoiado pelo ego e amor ao poder e não o talento, sustentado por ideias diferentes e paixão pela transformação e caminhos novos.
Então, como desenvolver o potencial, desabrochar competências e habilidades do capital humano, necessárias para atuar no Século XXI, com a mentalidade baseada em um padrão fixo, incapaz de ver as deficiências, produzir melhorias reais e não rasas, de promover inovações expandidas e ter uma orientação de resultados através de pessoas, sejam colaboradores, fornecedores, clientes? Como implementar o presente onde o passado é a única visão?
A resposta é identificar o estado atual da organização e ver para onde quer ir, entender a sua singularidade e de cada pessoa, agir continuamente, buscar a transformação, adquirir a visão sistêmica do mundo, tecnologia acelerada, propósito transformador, oportunidades, ameaças e entender, profundamente, de pessoas, compreender que os grandes líderes são aqueles que têm a coragem de enfrentar os maiores desafios com otimismo, clareza e agilidade na tomada de decisão, aqueles que inspiram o time e entendem de gente, que não ficam paralisados diante do mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo, que visualizam o destino e não apenas a estrada; que as pessoas extraordinariamente talentosas, muitas vezes não possuem os melhores diplomas, nem falam todas as línguas, mas, aprenderam com a vida a resolver problemas complexos, coordenar suas ações aos outros, aprenderam a liderança de si mesmo e buscam resultados com paixão, através de um propósito e conexões; que os clientes podem até amar uma marca, mas, buscam produtos e serviços que proporcionem uma experiência diferenciada nas suas vidas e não terão remorso em remover uma organização que não atenda às suas necessidades e interaja com ele; que a informação hoje é democrática, mas, o conhecimento profundo de como usá-la é o que produz resultados incríveis.
É complexo para as organizações mudarem os seus padrões, é difícil para os RHs assumirem o seu papel estratégico como realmente é requerido, mas, neste mundo de mudanças e inovações disruptivas, abraçado pelas tecnologias aceleradas, não dá para ficar parado, é mandatório compor uma estratégia com o pensamento do crescimento, a ponto de pensar, que tudo o que fazemos hoje, será mudado com a evolução da tecnologia, inteligência artificial e robótica, internet global, mapeamento do DNA, longevidade, biotecnologia , neurotecnologia e muito mais.
Então, se faz vital uma gestão transformadora dos líderes, incorporação das novas competências de liderança e o desenvolvimento estratégico do Ser Humano, onde o potencial, talentos e vocação são expandidos, engajamento do propósito, dos valores e pensamento de proprietário do negócio e ampliação do conhecimento ao se conectar com os outros da sua rede.
Como vimos, o Século XXI trouxe avanços tecnológicos exponenciais, protagonismo do Ser Humano, um cenário de vida em Rede, informação acessível e isto impactou o mundo dos negócios e altera a estratégia do Capital Humano: para atrair e selecionar, avaliar o potencial, não só as experiências do passado, buscar as pessoas que saibam fazer as perguntas certas, que tenham a visão no destino, que tenham valores e propósitos congruentes, desenvolvimento realizado através da gamificação e outras estratégias lúdicas e tecnológicas que proporcionem a evolução do mindset, jornadas colaborativas e o engajamento da vida pessoal e profissional com propósito; liderança Coach, que permita a expansão do olhar no Ser Humano Pleno, o aprender a aprender , ampliação de conhecimentos, conexões e isto é apenas a ponta do iceberg que produzirá mudanças profundas e que não imaginamos ainda.