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Um novo ponto de vista – Autoajuda, Autoconhecimento e Coaching

Outro dia eu vi colegas de profissão, preocupados, com a matéria “ Vamos Demitir o Coach”.  E, eu, então deveria me sentir até pior, primeiro sou da área de RH, TH, Desenvolvimento Humano ou qualquer outro nome que se atribua a área que tem a missão de fazer com amor, a melhor relação ser humano e organização  e assim conquistar resultados; e, em segundo lugar, por ser Master Coach, a área de desenvolvimento humano, com metodologia, técnicas e ferramentas que guia o Ser Humano a alavancar sua individualidade e utilizar o seu potencial a favor dos seus objetivos e assim sendo de todos os grupos aos quais está afiliado, nos diversos papéis que desempenha na vida.

No primeiro momento, há uma abordagem da autoajuda, eu concordo que há muita literatura boa nesta área e outras não tão boas assim, como aliás, acontece, em todas as áreas da vida humana.

Agora, ao meu entender, há uma confusão entre os termos individualismo e individualidade, o primeiro, sim se aplica a quem vive exclusivamente para si e não se importa com as outras pessoas, mas, a individualidade, são as características, que nos distingue uns dos outros, que nos faz ímpar como ser humano e par com a humanidade. Quando se fala em individualismo, vemos sim, todo o conteúdo de uma sociedade doente, competitiva, egoísta e neurótica acometida pelo mal de ser o melhor a qualquer preço, mas, quando, se fala de individualidade estamos falando da essência do ser humano, do que há melhor em cada um de nós, ou seja, que quando potencializado, contribui para formar as conexões para uma sociedade melhor.

O Ser Humano individualista é aquele, que não enxerga os outros, é incapaz de se conectar, não consegue nem mesmo visualizar a sua própria individualidade. Aquele que gosta de obter vantagem em tudo, que usa as conexões, quando precisa e fecha as portas quando não precisa mais, até precisar novamente.  Mas, o Ser Humano que reconhece sua individualidade, é capaz de formar as redes de conexões, uma vez que é um inteiro e não tem receio de pensar e viver no outro.

Há objetivos na vida que só dependem de nós mesmo, ninguém pode realizar por nós, mas, as pessoas podem nos ajudar a realizá-los de forma mais fácil e perene; um Ser Humano com a sua individualidade reconhecida, sabe disto, compreende, que através das conexões somos mais fortes; também, sabe que têm muitos objetivos na vida, que precisam da soma de vários de nós, ou seja, “juntos somos imbatíveis e conseguimos os melhores resultados”.

Entendo, que quando falamos em autodesenvolvimento o que buscamos é um ser humano pleno, forte, confiante, com o potencial acionado para resultados; e quando abordamos o autodesenvolvimento dos líderes estamos falando em desenvolver líderes com humanidade e positivismo, que compreendam a arte de inspirar e conquistar resultados com pessoas que possuem personalidade, estilo de agir, pensar, fazer e concluir distintos, que precisam ser desenvolvidas e compreendidas, para que contribuíam com a equipe de alta performance e os objetivos organizacionais.

Generalização, de um segmento dando como exemplo apenas uma pessoa, seja para o bem ou para o mal, digamos, que não é uma realidade aceitável, até podemos usar uma argumentação única: nem gêmeos idênticos apresentam as mesmas atitudes, cada ser humano é uma impressão digital única, que recebe várias influências externas e faz o uso conforme a sua percepção interior e se este ser humano tiver o autoconhecimento aguçado, melhor será sua contribuição para o mundo.

Quando as pessoas buscam a melhor versão de si mesma, elas estão buscando ficar melhor para elas e para o mundo.  Um ser humano mais feliz consigo mesmo é capaz de empatia, é capaz de entender o outro.

No mundo organizacional existe missão, visão, valores e competências corporativas, o foco sempre estará no objetivo, nas metas e no resultado, mas, hoje as organizações de ponta sabem que são constituídas de pessoas e que esta área é a mais desafiadora e a mais complexa para ser renovada, sem grandes perdas do capital intelectual. Por outro lado, os profissionais também estão assimilando que tem sua própria missão, visão e valores e procuram a congruência entre a organização e si próprio.  Hoje, os profissionais estão entendendo que são os pilotos da sua carreira e que cabe a eles saber para onde querem ir e não a organização.

Eu entendo que as melhores organizações invistam de maneira pesada no desenvolvimento delas mesmas, ou seja, nas pessoas. É evidente que a área de Recursos Humanos, Gestão de Pessoas, Talentos Humanos, Capital Humano ou qualquer outra denominação que receba, tem de evoluir também, mas, nem todas caminharam e estão conectadas em desenvolver líderes e equipes de alta performance, com humanidade e significado. E, neste sentido, eu posso concordar, que quando as pessoas são tratadas apenas como recursos, como parte dos equipamentos, como parte do custos a serem cortados quando surgem as crises, temos o chamado RH raso, desconectado da estratégia e da perenidade organizacional, cujo objetivo é contratar, desenvolver superficialmente, explorar e descartar sem uma motivação clara e transparente a não ser a própria incompetência de lidar com o Ser Humano Total com potencial, competências, habilidades, atitudes, comportamentos, personalidades diferentes, que precisam ser desenvolvidos e transformados em resultados e isto só ocorre com o respeito e reconhecimento.  Certamente, em organizações que carecem de uma visão do papel estratégico das pessoas e da melhor combinação destas pessoas têm como resultado, pessoas estressadas, depressivas, doentes; todavia, a visão vem mudando e as pessoas são   tratadas como o diferencial competitivo. Neste caso, o autodesenvolvimento contribui para um Ser Humano fortalecido para lidar com ele mesmo e com as pessoas, sejam líderes ou liderados, pares, parceiros ou equipes. Temos de separar aqui novamente, o RH Essencial e o RH Superficial.

Agora, vamos falar um pouco de Coaching, primeiro vamos explicar a origem, o processo e a finalidade.

O Coaching é um processo, é uma metodologia que trabalha o desenvolvimento humano que recebe a contribuição de várias áreas como: Psicologia, Sociologia, Neurociências, Programação Neurolinguística, Administração de Empresas, Recursos Humanos, Esportes, enfim, várias disciplinas. Tem por finalidade ajudar as pessoas e as organizações a alcançarem seus objetivos, de maneira mais rápida, uma vez que se desenvolve através de ação contínua, que busca o potencial e a sua transformação em competências, novas habilidades e atitudes, que geram evolução e resultados duradouros.

Basicamente, o Coaching é um processo conduzido, através de sessões, por um profissional habilitado chamando “Coach” que atende um cliente denominado “Coachee”.

O Processo:

O cliente, Coachee, procura pelo serviço de um profissional, Coach e fala qual é a sua necessidade, seu estado atual e seu estado desejado.  A partir deste encontro é estabelecido o Acordo de Coaching e são marcadas as sessões, onde numa relação de parceria, confidencialidade e comprometimento, o Coach utilizando da metodologia, técnicas e ferramentas ajuda o Coachee a desenvolver competências, novas habilidades e atitudes, bem como, vencer crenças limitantes, definir seus objetivos e metas com clareza e através de ação, tarefas, conquiste seu estado desejado, seja na vida pessoal ou profissional.

O Coaching é um processo com começo, meio e fim, que produz resultados positivos e com significado para o Coachee, por isto é permanente. É conduzido de forma confidencial, ética em ambiente seguro, onde as sessões podem ser presenciais ou por internet.

O Coaching tem uma característica que o faz único, como especialidade do desenvolvimento humano, a aprendizagem ocorre de dentro para fora, ou seja, do Coachee para o mundo externo.

O Coaching está dividido em dois grandes nichos: Life Coaching, onde é aplicado para a vida pessoal do Coachee e Business and Executive Coaching voltado para vida profissional.

A História:

Coach é uma palavra de origem inglesa, mas, foi utilizada pela primeira vez em Kócs na Hungria, por volta do ano de 1400 para designar carruagens que transportavam as pessoas de um local para o local desejado; em 1830, na Universidade de Oxford para designar o tutor que preparava o aluno para os exames; em 1900 para designar os técnicos de esportes, em 1950 introduzido na literatura de negócios e em 1974, Timothy Gallwey escreve de “ The Inner Game of Tennis”, com conceitos do Coaching aplicados ao tênis, considerado, o marco do Coaching como disciplina  e profissão e que posteriormente foi aplicado em outros campos do desenvolvimento humano;  a partir de 1980 o Coaching Executivo entra no mundo organizacional e surgem  as federações, associações e os institutos de Coaching e farta literatura.

O Profissional Coach

O Coach é um profissional do desenvolvimento humano que ajuda o Coachee no seu processo de transformação, trazendo o estado desejado do Coachee para o estado atual, através do seu autoconhecimento, onde toma consciência do seu potencial, competências e habilidades e o guia, através de um diálogo poderoso a percorrer o caminho, realizar ações e entender que seus objetivos, aqueles que dependem só dele, são conseguidos através do alinhamento dos fatores internos e não externos.  O Coach tem a visão sistêmica e compreende que quanto mais nos conhecemos estamos mais conectados a nós mesmos e aos outros. Quanto mais nos conhecemos, mais poder de entendermos e percebemos os outros e assim caminhamos para um mundo mais sadio e potencializado.  Enfim, se trata de trabalhar a individualidade, a essência do ser humano, o potencial nato, as ferramentas internas que sempre estiveram em nós e jamais o individualismo.

Na vida tudo permite interpretações, cabe ao ser humano no uso do seu livre-arbítrio escolher, mas, que as possibilidades sejam mais profundas que a visão da ponta do iceberg.

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