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PARAÍSO OU O OUTRO LADO DO PARAÍSO – GESTÃO DE PESSOAS

É muito comum nos dias atuais, observar nos discursos das Organizações e dos seus líderes, as seguintes afirmações: “As pessoas são a nossa Organização”; “O Capital Humano é o nosso diferencial competitivo”. Também no Propósito, na Missão e nos Valores, “as pessoas” estão presentes, o cliente, o colaborador, o acionista. Fantástico, até então, estamos no paraíso corporativo.

Porém, ao adentrarmos o ambiente Organizacional nos deparamos com o “outro lado do paraíso”.  Encontramos pessoas perdidas, estressadas, desmotivadas e até mesmo adoecidas, simplesmente pelo fato de não saber para onde caminham todos os dias ou porque caminham, ou então, o que essa caminhada produz. E, no final, são elas que atendem “o cliente”.  E, como disse, Lewis Carroll “Se você não sabe onde quer ir, qualquer caminho serve.”

Muitas vezes, o Capital Humano da Organização, não conhece o Propósito, a Missão, os objetivos da empresa, quando, perguntamos sobre os temas levam um susto, e, percorrem com rapidez a página institucional da empresa ou olham uma foto na parede…até podem saber repetir o que está escrito, porém, a decodificação e internalização destes temas está num patamar bem distante do mundo real.  Continuamos, afinal, somos curiosos, queremos saber sobre o cargo exercido, suas atribuições, as competências necessárias e não raro, surgem, respostas: “eu não tenho acesso a minha descrição”, “toda hora meu gestor me dá uma nova tarefa, meu cargo teria que mudar todo dia”, “eu gostaria de saber como, o que eu faço, contribui para a empresa atingir seus objetivos”, “os critérios de promoção não são claros”,  e, assim,  saem muitas respostas interessantes e preocupantes do importante diferencial competitivo da empresa, as pessoas.

Mas, continuamos, vamos conversar com os líderes, com os supervisores, com os coordenadores, ou seja, aquelas pessoas que passaram a exercer uma função de liderança, muitas vezes, devido a resultados excepcionais, quando não tinham equipes. Perguntamos, como foi o desenvolvimento, o que foi realizado para desenvolver as competências (conhecimentos + habilidade + atitudes) de liderança e novamente, detectamos, que muito pouco foi feito neste sentido, apenas, uma transição de nível e teorias.

Chegamos ao nível Gerencial, mas, as coisas não ficam fáceis e nem o cenário é mais bonito, muitos líderes têm conhecimento técnico, sabem o que fazer, mas, carecem da Autoliderança e desconhecem os princípios da Liderança Servidora, Transformacional, Positiva para liderar pessoas no Mundo VUCA, um mundo, em constante mudança, de informações e de tecnologias aceleradas.

Se um dos pilares para as Organizações alcançarem alto potencial, são as pessoas, como podemos encontrar cenários assim? Será que é uma missão impossível associar o discurso a prática, fazer o que se diz? Não, não é impossível, é uma condição para atuar no Século XXI.

Existem algumas perguntas, para se diagnosticar, se a Organização vive o paraíso ou outro lado do paraíso corporativo, mesmo que investindo muito em programas de Treinamento e Desenvolvimento; pergunte, as suas pessoas: Como aprenderam a realizar o seu cargo, como desenvolveram as competências necessárias para o exercício de suas atribuições?  Pergunte aos lideres o que eles sabem sobre Autoliderança, sobre Comportamento Humano, sobre Comunicação Holística, sobre servir, sobre empreender, sobre liderar conforme o desenvolvimento do seu colaborar ou equipe? Como as equipes permanentes ou contingenciais, se desenvolvem, como é o processo de liderar e compartilhar de acordo com as competências, estratégias e objetivos?  Enfim, quando a Organização trabalha para ser identificada pelo porque, porque ela é a preferência dos seus colaboradores, dos seus clientes e dos seus acionistas, as respostas serão profundas e irão além. Porém, quando há discurso e não há prática, as respostas serão rasas e superficiais.

A minha experiência de vários anos na área de desenvolvimento de pessoas levou-me a pensar sobre os momentos de sucessos e fracassos, sobre as facilidades e as dificuldades de lidar com líderes, colaboradores e equipes.  Os momentos de sucesso decorreram onde havia congruência, visão sistêmica, entre todos os elementos organizacionais, Propósito, Missão, Visão, Modelo de Gestão, Estilo de Liderança e foco no Cliente, nas Pessoas e nos Acionistas. Os momentos de dificuldades, ocorreram onde havia ruptura nos elementos organizacionais e principalmente uma liderança fraca, que fragmentava a visão organizacional, propondo uma jornada desconectada, de ações e atividades desconexas, com uma maligna relação entre desempenho e resultado, entre pessoas verus organização, entre faça o que eu digo e não ouse pensar, eu mando e vocês fazem, se der certo eu recebo o prêmio, se der errado o erro foi de alguém da equipe e nunca do líder.  Caracterizando, perfeitamente, o outro lado do paraíso corporativo, um discurso bonito e uma prática feia.

Acredito, na Organização como um sistema composto de Estrutura, Conhecimentos e Pessoas, e, no melhor equilíbrio destes pilares. Acredito que a Alta Performance é realizada ao se conseguir sensibilizar pelo propósito. a razão e a emoção, a mente e os corações dos Clientes, dos Colaboradores e do Mercado.

Tudo começa nas pessoas, os líderes são pessoas e tudo depende de uma liderança sadia, forte e conectada ao Século XXI. O verdadeiro líder desta jornada, é aquele que se faz pelo exemplo, faz o que fala, e, por isto, inspira e consegue confiança;  é aquele que respeita  e entende de pessoas; é aquele que se coloca ao lado e jamais em cima; é aquele  que volta na caminhada e dá a mão para que outros possam subir; é aquele que acredita e comunica com eficiência e transparência e que mantem um afinado padrão de ética em todas as suas decisões, afinal é aquele que dá a direção e vivencia a implementação.

Cada minuto do Século XXI revela que os Líderes precisam assumir a sua atribuição de fazer a gestão de pessoas, necessitam decifrar e internalizar que pessoas são a Organização. Com o desenvolvimento exponencial da tecnologia: biotecnologia, neurotecnologia, inteligência artificial, robótica, automatização, as pessoas, continuam a ser importantes e a movimentar as Organizações. Uma Gestão de Pessoas eficaz para os novos tempos, prevê a congruência, o discurso aliado a prática, para garantir a atração de talentos (pessoas que fazem as perguntas certas e têm potencial), retenção de talentos, motivação e reconhecimento, intraempreededorismo (sentimento de dono do negócio), aprendizagem entre pares, dashboards de desenvolvimento, saber demitir, etc.

A área de Recursos Humanos deve ser alçada a estratégia e desempenhar seu papel com maestria para ajudar no planejamento, desenvolvimento e execução de todas as ações que levam a Organização a ser a preferida pelos seus colaboradores. RH deve estar atento ao mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo para atender as necessidades estratégicas da Organização, trazendo as especialidades, ferramentas, tecnologias, conhecimentos que sejam estratégicos para a atrair, reter, desenvolver, recompensar pessoas, preparando os líderes do Século XXI para fazer a Gestão de Pessoas, num cenário real, de Paraíso Corporativo.

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